Em meio a crescentes preocupações ambientais e à intensificação da crise climática, empresas e governos ao redor do mundo estão assumindo um papel de destaque na busca por soluções sustentáveis. O impacto das emissões de gases de efeito estufa (GEE) exige uma abordagem estruturada para monitoramento e gestão, incentivando a transição para uma economia de baixo carbono. Dentro desse contexto, o GHG Protocol surge como uma ferramenta global essencial, ajudando organizações a medir e controlar suas emissões.
Neste artigo, vamos explorar a importância do GHG Protocol e entender como o Programa GHG no Brasil se tornou uma peça-chave na sustentabilidade corporativa e ambiental. Vamos conhecer o impacto prático dessa metodologia, incluindo a atuação de empresas como a Simpar e suas controladas, que estão engajadas em utilizar o GHG Protocol para gerenciar suas emissões de forma consciente e transparente.
O que é o GHG Protocol?
Liderado por instituições renomadas, o Projeto GHG Protocol estabelece um padrão internacional e global para contabilizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), permitindo que empresas, cidades e governos ao redor do mundo acompanhem, gerenciem e reduzam seu impacto ambiental de maneira consistente e comparável.
Criado por uma parceria entre o World Resource Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o GHG Protocol inclui padrões, diretrizes e ferramentas que ajudam a contabilizar as emissões e removê-las quando possível.
Em nível corporativo, o GHG Protocol é dividido em três escopos de emissões:
- Escopo 1: refere-se às emissões diretas de operações controladas pela empresa, como o consumo de combustível em veículos próprios.
- Escopo 2: abrange as emissões indiretas provenientes da eletricidade adquirida.
- Escopo 3: inclui emissões indiretas relacionadas à cadeia de valor, como fornecedores e o uso dos produtos finais.
GHG Protocol no Brasil
No Brasil, a necessidade de uma ferramenta adaptada ao contexto nacional levou à criação do Programa Brasileiro GHG Protocol em 2008. Este programa, desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o WRI e outras entidades, visa adaptar as diretrizes do GHG Protocol internacional para as especificidades do país.
O Programa GHG Protocol Brasil incentiva as empresas brasileiras a adotarem uma cultura de inventário de emissões, possibilitando que organizações de diferentes setores compreendam e controlem seu impacto ambiental de forma precisa. Além disso, o Programa GHG desenvolveu ferramentas específicas para setores como o florestal e agropecuário, fundamentais para a economia brasileira.
A Ferramenta GHG Protocol Florestas e Sistemas Agroflorestais (SAFs), por exemplo, permite medir o impacto de práticas sustentáveis, promovendo a recuperação de áreas degradadas e a redução de emissões por meio de práticas de manejo sustentável.
Como aplicar o GHG Protocol?
A aplicação do GHG Protocol Brasil envolve a adoção de ferramentas específicas para cada setor, garantindo que as emissões sejam contabilizadas de forma prática e eficiente. As empresas que aderem ao Programa GHG precisam elaborar inventários de emissões, incluindo emissões diretas e indiretas (escopos 1, 2 e 3), conforme a natureza e complexidade das suas operações.
Para apoiar as empresas, o Programa Brasileiro GHG Protocol oferece:
- Ferramentas de cálculo que ajudam a estimar as emissões de setores variados, como logístico, transporte, agropecuário e florestal;
- Orientações específicas para implementação de práticas de baixo carbono;
- Treinamento e suporte técnico para garantir que as organizações consigam realizar inventários de alta qualidade.
Empresas que desejam obter reconhecimento pelo esforço de controle de emissões podem participar do evento anual do Programa Brasileiro GHG Protocol, que celebra os negócios que reportaram seus inventários e se destacaram pelo comprometimento com a sustentabilidade.
GHG Protocol na Simpar e seus resultados
A Simpar é uma das grandes holdings brasileiras que aderiu ao Programa Brasileiro GHG Protocol. Desde 2019, a Simpar e todas as suas controladas são Selo Ouro do Programa GHG Protocol Brasil, um atestado de qualidade e transparência na gestão de emissões. A Simpar abrange todos os escopos de emissões em seu inventário, e a Movida é pioneira no setor, tendo sido a primeira da América Latina com metas de redução de GEE aprovadas pela Science Based Targets initiative (SBTI).
- Redução de 15% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030, meta que reflete o compromisso da Simpar com a agenda climática.
- Inclusão do escopo 3, que abrange emissões indiretas ao longo da cadeia de valor, item particularmente importante para empresas do setor de logística e transporte, como a Simpar, pois reconhece sua responsabilidade por emissões geradas por seus fornecedores e clientes.
- Auditoria independente do inventário de emissões.
- Investimentos em geração de energia de fontes renováveis e priorização do consumo de etanol em suas frotas – em especial na Movida.
- Diversificação da matriz energética com GNV e caminhões elétricos.
- Instalação de painéis de energia solar em diversas unidades.
O Compromisso da Movida com a Sustentabilidade e a Agenda Climática
Como uma das empresas controladas pela Simpar, a Movida se destaca por seu pioneirismo em sustentabilidade no setor de locação de veículos. Desde sua criação, a Movida adota práticas inovadoras e se posiciona como referência na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil. Além de aderir ao Programa Brasileiro GHG Protocol, a empresa é uma das primeiras do setor a conquistar o Selo Ouro do programa, que certifica o rigor e a transparência na gestão de suas emissões, e tornou-se a primeira empresa da América Latina no setor de locação a obter a aprovação da Science Based Targets initiative (SBTI), estabelecendo metas de redução de emissões de gases de efeito estufa alinhadas com o Acordo de Paris.
Em franca expansão, a Movida investe em sustentabilidade com iniciativas como o Programa Carbon Free, que compensa as emissões de carbono dos veículos locados por seus clientes – atendendo também ao escopo 3 do GHG Protocol. Esse programa é um marco no setor de mobilidade e destaca a Movida como uma empresa que vai além da compensação passiva.
A Movida também investe no incentivo ao uso de etanol, demonstrando um forte compromisso com a transição para uma economia de baixo carbono.
Conclusão
A prática de medir e gerenciar emissões de GEE é essencial para que Grupos e empresas de todo o mundo, incluindo a Simpar, contribuam para uma economia de baixo carbono. A adoção do GHG Protocol Brasil e do Programa GHG é um passo importante para que as corporações brasileiras possam monitorar suas emissões de forma precisa e transparente, permitindo que implementem ações práticas de mitigação e adaptação climática.
O compromisso da Simpar com o GHG Protocol é um exemplo a ser seguido, mostrando que é possível crescer de maneira responsável e com respeito ao planeta. Em um contexto em que a sustentabilidade é cada vez mais uma exigência de mercado, o GHG Protocol fornece as ferramentas e a estrutura que permitem aos players nacionais liderarem essa transformação, contribuindo para um futuro sustentável e limpo.